O Baiacú e seu veneno
O Peixe
Recentemente o Baiacú ganhou notoriedade nos noticiários do Rio de Janeiro por conta da intoxicação de uma dúzia de pessoas da mesma família, após ingestão inadvertida da carne do peixe.
De muito bom sabor, sua carne é apreciada em algumas culinárias, como a oriental. O peixe ocorre em toda costa brasileira e por aqui não seria diferente. Das espécies bem distribuídas ao longo do nosso litoral, tenho conhecimento pessoal do consumo humano de duas espécies: O Baiacú - Pinima e o Baiacú - Arara. Ambos venenosos, principalmente o primeiro. Assim entende-se porque, de tempos em tempos, registra-se ocorrência de intoxicação pelo Baiacú. No Japão, anualmente, algo em torno de uma centena de pessoas são intoxicadas.
Tetrodotoxina
O "veneno" do Baiacú é a bem conhecida Tetrodotoxina, uma neurotoxina que promove o bloqueio neuromuscular, por bloqueio dos canais de Sódio (Na+), dos músculos esqueléticos. No peixe, está mais concentrada na pele e vísceras. É uma toxina bastante potente, potencialmente letal para o homem. A paralisia culmina com falência respiratória e asfixia. Não há soro/antídoto específico no Brasil.
Foco no doente!
Os primeiros socorros, como na maioria das intoxicações exógenas, são cuidados com o paciente. Idem para o tratamento médico específico, com prevenção da falência respiratória.
Não comer?
Pescadores dizem conhecer a técnica correta para limpar o peixe, evitando a contaminação. Será que vale o risco?
Vale salientar que no mar há um número considerável de outras neurotoxinas e animais venenosos. Conhecer para prevenir!
Por Bruno Parente, MD